Com dança, professora supera acidente que queimou 40% do corpo: 'me trouxe de volta à vida'

  • 08/03/2025
(Foto: Reprodução)
No Dia Internacional da Mulher, conheça a história da moradora de Araraquara (SP) Rafaella Pucca que, além da dor física, enfrentou batalhas emocionais e espirituais. Antes e depois: Rafaella Puca no hospital no ano passado e atualmente. Professora de queimou em acidente doméstico em Araraquara Arquivo pessoal A vida da professora e atriz Rafaella Pucca, de 45 anos, não foi mais a mesma após um acidente que resultou em graves queimaduras de 3º grau em 40% de seu corpo, em Araraquara (SP). 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp Além da dor física, ela enfrentou batalhas emocionais e espirituais. Apesar do contexto complicado, Rafa, como é conhecida, encontrou forças na dança e renasceu de suas dores. No Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado (8), o g1 conversou com ela sobre essa história de superação. “Senti a maior dor física da minha vida, quando estava internada até pensava que "se era para ficar daquele jeito porque a espiritualidade não me levou embora". Mas com o passar do tempo a dor foi amenizando, eu retomei parte de minhas atividades, comecei a me sentir útil. Voltei para o trabalho espiritual (sou medium umbandista) e aos poucos fui ressignificando tudo que aconteceu. A dança foi essencial neste sentido e me trouxe de volta à vida", relembrou. Dia das Mulheres: professora de Araraquara reflete sobre "renascimento" após acidente O acidente aconteceu em janeiro de 2024 ao acender uma lareira ecológica em seu quintal. De lá para cá, ela passou 1 mês internada, foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passou por cinco cirurgias, sendo três de desbridamento (procedimento que remove tecidos mortos e feridas infeccionadas) e dois enxertos de pele. Hoje, a fisioterapia e reabilitação fazem parte de sua rotina. Ela explicou que cicatrizes de queimaduras de 3° grau levam de 2 a 5 anos para maturar, e até lá tem muito tratamento. LEIA TAMBÉM: LEITURA FEMININA: Mulheres encontram amizade e apoio em grupo de leitura de autoras femininas INCLUSÃO: Mãe encontra no rock um caminho para integrar o filho com autismo: 'Lá ele pode ser quem é', diz AMIZADE E RANGO: Da universidade ao prato: amigas inventam drinks e comidas feitas com flores e plantas em Araraquara Cura pela dança Após seis meses do acidente, a professora comentou que uma chave “virou em sua cabeça”, e a dança teve um papel fundamental de cura, aliada a encontros com mulheres que dividiam as suas histórias de dor e luta. “Deixei de me lamentar e comecei a me permitir fazer o que mais gostava. Entrei no grupo "Dança Cura" o que me trouxe de volta a memória de saúde e plenitude para a minha pele. Em um grupo de dança encontrei mulheres diversas, cada uma com sua dor e luta e, juntas, trabalhando a dança de forma terapêutica com práticas de meditação, vamos nos curando”, disse. Neste ano, Rafaella retomou também a paixão pelos batuques e desfilou em um bloquinho de maracatu de Araraquara com o sorriso no rosto e gingado pela vida. Dança teve um papel fundamental na recuperação de Rafaella. Neste carnaval, ela voltou a dançar com o grupo de Maracatu de Araraquara Arquivo pessoal Rede de apoio Para se recuperar, a rede de apoio que teve foi imprescindível. Uma vaquinha online foi realizada por amigos no ano passado para completar o valor de procedimentos cirúrgicos, que o plano de saúde não cobria, nem o Sistema Único de Saúde (SUS). A companhia e acolhimento do companheiro Júnior e de sua filha Lívia a protejeram nos momentos mais difíceis. Apesar do desconforto em alguns movimentos ainda continuar, ela recuperou a força no braço e na própria vida. Rafaella ainda faz uso de malha compressiva para queimados (para ativar circulação, proteger e acelerar a cicatrização), além de fazer infiltração de corticoide mensal. Para enfrentar a fase pesada mais pesada e seus processos internos, a arte a abraçou e a levou para movimentos mais leves consigo mesma. Rafaella Pucca carrega as marcas do acidente doméstico que ressignificaram a sua vida Arquivo pessoal Amor próprio Outro ponto apontado por ela, foi o “olhar para si” e o autocuidado como forma de se sentir melhor e se impor também frente a algumas concessões sociais. “Retomei a alegria de viver e não aceito mais fazer concessões ou coisas que não me façam sentir bem. Não faço mais nada só porque os outros querem, seja por relações familiares ou trabalho, verdadeiramente retomei as rédeas da minha vida. Às vezes esqueço o braço doente e sigo em frente”, disse. Feminista e militante pelo direito das mulheres, a atriz faz parte do Coletivo Bennu, Promotoras Legais Populares (PLP) de Araraquara e "Luto contra as violências”. “E é isso que precisamos fortalecer, nosso sentimento de sororidade, de união. Não conheço uma mulher neste mundo que não tenha enfrentado alguma dor, mas de todas as histórias que conheço, é mais fácil sair do fundo do poço quando alguém lhe oferece uma escada. Sejamos, pois, escadas e pontes para nossa cura coletiva. Não queira enfrentar tudo sozinha, não engula o choro, peça e aceite ajuda”, finalizou. REVEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2025/03/08/com-danca-professora-supera-acidente-que-queimou-40percent-do-corpo-me-trouxe-de-volta-a-vida.ghtml


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